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Itaperunense é acusado de transportar armamento no Rio


Foto: Felipe O'Neill / Agência O Dia
A segurança na Serrinha foi reforçada com a PM coupando a comunidade e não houve confronto na quarta-feira | Foto: Felipe O'Neill / Agência O Dia.

Traficantes que invadiram as favelas da Serrinha, São José da Pedra, Patolinha e Dona Zélia, em Madureira, na semana passada, estariam obrigando moradores a transportar armas para o Complexo da Penha. Foi o que denunciaram ontem parentes do aposentado João José Lopes, de 58 anos, e do seu genro, o vigilante Cláudio Moisés de Melo, 45. Eles foram presos de madrugada, com três bandidos num carro, onde havia armamento pesado.

Segundo a família, às 21h50 de terça-feira, homens armados invadiram a casa. “Não sei quem eram, mas empurraram o portão e abriram a garagem. Disseram que tínhamos que levá-los à Penha. Que era para o meu marido (João) ir dirigindo comigo ao lado dele. Eu estava muito assustada e, por ser hipertensa, comecei a passar mal”, contou a dona de casa E., que teme represálias do tráfico.


Sob ameaças, ela chamou o genro Cláudio para acompanhar o marido. “Acabei colocando-o nessa situação terrível. Se não fôssemos, morreríamos. Se fôssemos, correríamos o risco de ser confundidos com os criminosos, como de fato aconteceu”, afirmou.


João e Cláudio tiraram o carro, um Kaddett, da garagem e foram em direção à Penha, transportando três traficantes: Maicon José Gomes dos Santos, 22, Fábio Silva dos Santos, 25, e um adolescente, 15. Na Avenida Meriti, o veículo foi abordado por agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), que encontraram dois fuzis, dois carregadores, pistola adaptada para tiros de rajada, munição para fuzil e pistola, dois coletes à prova de balas, dois casacos camuflados e toucas.


“Pelo menos os bandidos não atiraram na polícia, pois todos poderiam estar mortos. Agora, há a chance de provar a inocência do meu pai e do meu cunhado. Não consigo sequer imaginar o que eles estão passando. Meu pai, que é de Itaperuna, veio para o Rio, e criou três filhos honestos. Ele sempre se orgulhou de jamais ter pisado em uma delegacia. Agora, é preso como um bandido para proteger a família”, desabafou um filho de João, exibindo contracheques, carteiras de trabalho e documentos de aposentadoria do pai e do cunhado.


Para a polícia, versão pode ser verdadeira


O delegado Marcus Maia, da Core, não descarta que João e Cláudio possam ser inocentes. “Eles realmente não possuem características de criminosos. Mas, mesmo que sejam reféns do tráfico, a polícia deve agir dentro da lei. Se estavam num veículo com fuzis e granadas, deveriam ser presos em flagrante. Mas, agora, com essa versão, vamos chamar os parentes para depor e esclarecer os fatos. Caberá à Justiça decidir”, explicou. Ontem, a PM manteve a ocupação na região e não houve confrontos.


POR ISABEL BOECHAT

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